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Com drones e satélite, flagrante de desmatamentos cresceu 60% no RS

Segundo Ministério Público, números têm a ver com aumento na capacidade para identificar crimes ambientais

De 1º de janeiro a 11 de dezembro de 2023, o Batalhão Ambiental da Brigada Militar flagrou mais de 75 milhões de metros quadrados de área desmatada de forma irregular no RS. A área equivale a 7.500 hectares, o correspondente a pouco mais de 7 mil campos de futebol.

O índice de flagrantes é quase 60% mais alto que o registrado no mesmo período do ano passado e, segundo o Ministério Público, tem a ver com o MapBiomas, rede colaborativa formada por organizações não-governamentais, universidades e startups de tecnologia que mapeia a cobertura e uso da terra desde 1985.

A identificação de desmatamentos do MapBiomas, porém, acontece desde janeiro de 2019. No RS, a Polícia Ambiental (Patram) usa os dados do monitoramento desde 2021. O sistema de monitoramento por satélite flagra toda e qualquer intervenção na vegetação nativa, inclusive pequenas retiradas de até 1 hectare.

É a partir desses softwares e informações que os agentes do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM), que atua nas regiões norte, noroeste e serra gaúcha, conseguem criar modelos tridimensionais e flagrar casos de desmatamento na região de cobertura. Em menos de 3o dias, entre novembro e dezembro de 2023, foram quatro flagrantes só no norte gaúcho, em Liberato Salzano, Soledade, Maximiliano de Almeida e, o último, em Vicente Dutra, na última semana.

O material é compartilhado com outros órgãos, o que permite uma análise mais ampla e detalhada dos casos. Outra forma de identificar o desmatamento ilegal é através do uso de drones, pelo Batalhão Ambiental. As mini aeronaves controladas por rádio-controle possibilitam que os agentes alcancem os locais de difícil acesso e registrem os crimes ambientais.

Tentativa de barrar crime ambiental

Com a tecnologia à disposição, autoridades apontam que o número não necessariamente representa aumento no desmatamento, mas sim que aumentou a capacidade de identificar pontos que antes eram de difícil acesso e visualização.

— Se não temos uma denúncia de morador das proximidades ou fiscalização, observar o desmatamento na vegetação fica muito difícil. Porém, com as imagens de satélite, nada está passando. O aumento do número de flagrantes no Rio Grande do Sul é muito significativo por esse trabalho de monitoramento — disse o promotor Paulo Cirne, do Ministério Público de Passo Fundo.

Os motivos mais comuns alegados pelos acusados de crime ambiental incluem divisão de terrenos para a criação de novos lotes, agricultura, pecuária e extração de madeira ou outros recursos naturais. Essas ações, sem a realização correta e autorizações, resultam em consequências tanto para quem faz, como crime ambiental, quanto para todo o ecossistema.

— O desmatamento traz consequências para toda sociedade. Influencia, por exemplo, na qualidade do ar, qualidade e quantidade da água, erosão do solo e todo o habitat dos animais. Por isso, (o monitoramento por drones e satélite) tem sido uma ferramenta fantástica para constatar e fazer o levantamento do local do crime ambiental — pontuou o capitão da Brigada Militar, Leandro Cruz Góis.

Apesar do monitoramento via drones e satélite, o Ministério Público também tem acesso aos canais para denúncias. Para informar sobre possíveis retiradas irregulares, acesse este link.

Fonte: GZH

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