O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta quarta-feira (23) ter enviado ao empresário Meyer Nigri uma mensagem que sugeriu, sem apresentar provas, a ocorrência de fraude por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022.
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O (ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto), Barroso tinha falado no exterior (sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021), eu sempre fui um defensor do voto impresso”, disse o ex-presidente à Folha de S. Paulo durante um voo de Brasília a São Paulo.
Bolsonaro afirmou que não era membro do grupo de empresários para o qual a Polícia Federal alega que Meyer Nigri repassou a mensagem. No entanto, ele será ouvido pela PF em relação à disseminação do conteúdo. A data da oitiva foi agendada para o dia 31 deste mês, na sede da instituição em Brasília. “Eu vou lá explicar”, disse ele à Folha de S. Paulo.
Exames de rotina
Bolsonaro foi internado nesta quarta-feira no hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, para realizar exames. Mais cedo, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência no governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, em publicação na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, confirmou a internação de Bolsonaro e afirmou que ela ocorreu para a realização de exames de rotina.
“O presidente @jairbolsonaro internou-se no Hospital Vila Nova Star em São Paulo para exames de rotina. Referidos exames têm por objetivo avaliar sua condição clínica, principalmente no sistema digestivo, tráfego intestinal, aderências, hérnia abdominal e refluxo”, escreveu Wajngarten, que atua como assessor e advogado do ex-presidente.
Wajngarten afirmou ainda que “todos os sintomas e exames” são consequência do atentado a faca sofrido por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 em Juiz de Fora (MG).
Bolsonaro já passou por seis cirurgias desde que foi alvo de um atentado à faca em setembro de 2018, pouco antes do primeiro turno das eleições.
Em janeiro, o médico Antônio Macedo, que acompanha Bolsonaro desde a facada, disse que o ex-presidente, que à época estava nos Estados Unidos, teria de fazer uma nova cirurgia quando retornasse ao Brasil para evitar maiores problemas intestinais.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil