EstadoGeralPolícia

Segundo dia do júri do caso Rafael encerrou com depoimento da perita criminal

A perita criminal Bárbara Zaffari Cavedon afirmou que Alexandra detalhou como posicionou a corda no corpo de Rafael, sem mencionar ter feito nós.

O segundo dia do júri da morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, encerrou as 19h desta terça-feira em Planalto/RS.

Alexandra Dougokenski. Ela está presa desde a época da morte e é acusada de quatro crimes: homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.

O primeiro a depor neste 2º dia foi o ex-namorado da ré, Delair Pereira de Souza. Os dois se conheciam há quase dois anos e estavam se relacionando há cerca de seis meses, na época do crime. Ele começou falando sobre como estavam Alexandra e Rafael antes da morte do menino.

Delair destacou que via Rafael como um filho e que a dinâmica do crime só poderia ser explicada por Alexandra, já que teria sido ela a responsável pelo assassinato.

“Já está mais do que na hora dela falar a verdade. Olha o sofrimento que ela vem causando à família dela. Até para o Rafa poder descansar. Sofrimento à comunidade de Planalto”, disse.

Segundo o ex-namorado, Alexandra nunca se mobilizou para procurar Rafael durante o desaparecimento.

Na sequência, prestou depoimento o filho de Alexandra e irmão de Rafael, Anderson Dougokenski. Questionado sobre a relação com a mãe, ele disse. “Ela foi meu pai e minha mãe e sempre vai ser”.

Quando se deram conta do desaparecimento, ele disse que ligou para o padrasto para saber do paradeiro do irmão e ouviu de volta “que Rafa?” Relatou também que Rodrigo sempre foi “violento”.

“Ela sempre disse que não queria que eu a abandonasse e sempre pediu perdão”, disse Anderson sobre carta que a mãe Alexandra escreveu na prisão.

O pai de Rafael, Rodrigo Winques, solicitou que Alexandra Dougokenski não estivesse na sala durante a oitiva, o que foi atendido pela juíza. O homem afirmou que ajudava financeiramente o filho quando podia e que viu Rafael no início da pandemia, semanas antes da morte do menino.

“O meu desentendimento era com a mãe dele”, contou.

Questionado sobre o porquê de nunca ter pedido a guarda de Rafael, Rodrigo Winques alegou que “pedir é uma coisa, levar é outra”.

Em um depoimento curto, a professora Ladjane Ravagio disse que Rafael “sempre foi muito reservado e aparentemente gostava da mãe”.

Mãe de Alexandra e avó de Rafael, Isailde Batista afirmou que a filha seria uma “mãezona” e que “Rafael nunca chamou aquele homem [Rodrigo] de pai”. A mulher ainda defendeu a inocência da filha.

“Ela não mata uma formiga”, disse Isailde.

Alberto Moacir Cagol, tio de Rafael e irmão de Alexandra, disse que a ré era uma boa mãe para os filhos. A testemunha disse que tanto Rafael quanto Alexandra chamavam o pai de menino de “Demo” e que a vítima não queria morar com o pai.

Segundo Alberto, Rafael relatou que Rodrigo teria tentado matar Alexandra em casa. O irmão da acusada se recusou a responder perguntas do MP, após a acusação mostrar um vídeo antigo em que ele comentava o caso.

A perita criminal Bárbara Zaffari Cavedon foi a última testemunha ouvida nesta terça. A servidora pública foi questionada sobre a reprodução simulada dos fatos.

A perita relatou que Alexandra não conseguiu carregar o boneco representando Rafael durante reconstituição do crime por conta das dimensões do manequim.

Bárbara afirmou que Alexandra detalhou como posicionou a corda no corpo de Rafael, sem mencionar ter feito nós.

Relembre o caso

Rafael desapareceu no dia 15 de maio de 2020. Alexandra sustentava que ele teria ido dormir e, na manhã seguinte, não estava mais em casa. Dez dias depois, ela confessou que havia assassinado o filho e indicou a localização do corpo dentro de uma caixa de papelão em um terreno da casa vizinha.

Segundo o Ministério Público, responsável pela acusação, Alexandra teria feito com que o filho tomasse dois comprimidos de Diazepam, um ansiolítico com efeito calmante, sob o pretexto de que ele dormiria melhor. Assim que o medicamento fez efeito, Alexandra teria estrangulado o menino com uma corda.

A ré apresentou diferentes versões do crime ao longo do inquérito e da instrução judicial. Por fim, passou a acusar o pai de Rafael, Rodrigo Winques. A defesa dele nega.

Fotos: Juliano Verardi/TJ-RS

Fonte: GZH

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo