A Polícia Civil concluiu, na segunda-feira (9), o inquérito que investiga o incêndio no Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos (Cetrat) em Carazinho, cidade a 290 km de Porto Alegre, na Região Norte do Rio Grande do Sul. No incêndio, em junho do ano passado, 11 pessoas morreram. O inquérito foi enviado ao Poder Judiciário e ninguém foi indiciado.
De acordo com a polícia, o fogo começou no dormitório onde estavam as vítimas. O Instituto Geral de Perícias (IGP) não conseguiu concluir de que forma especificamente o incêndio teve início. A perícia descartou a hipótese de pane elétrica e concluiu que possivelmente foi causado por ação humana, “não podendo determinar se dolosa ou culposa”, e ainda que, iniciou através de ação ocorrida no interior do imóvel.
Para o IGP, a causa compatível é de que algo como fósforo, isqueiro, vela ou cigarro tenha iniciado a chama sobre um material combustível presente nos dormitórios.
“Material combustível é todo aquele que fornece calor quando entra em combustão, podendo manter e propagar chama. Temos como exemplo a madeira do assoalho e paredes do imóvel, móveis, roupas, colchões. Não foi possível determinar a quantidade de material combustível que constituía a edificação e a quantidade de móveis e pertences pessoais das vítimas. Pelas evidências do local, não havia material inflamável armazenado no bloco onde seria os dormitórios”, destaca o inquérito policial.
Responsabilizações
Ainda segundo a Polícia Civil, o Cetrat estava com todas as licenças e autorizações para funcionar em dia. O Programa de Prevenção de Incêndio, PSPCI Simplificado, era o modelo adequado de programa de prevenção a ser adotado pela empresa, tanto em função das atividades desenvolvidas como em razão da área construída e estava válido até 2026.
“Enfim, a ação ou omissão humana, acidental, dolosa ou culposa que deu causa ao incêndio foi praticada por alguém que estava dentro do imóvel e que acabou sendo morta carbonizada, juntamente com todas as demais vítimas”, diz o inquérito assinado pela delegada Rita de Carli.
Vítimas
O fogo começou por volta de 23h de uma quinta-feira, 23 de junho. Das 15 pessoas que estavam no local, 11 morreram – 10 no incêndio e uma após ser socorrida e levada para o hospital.
As vítimas foram identificadas como:
- Idemar dos Reis
- Sebastião dos Santos
- Deive Dea Silva
- Adair José Langaro Nascimento
- Avelino Timm
- Cesar Dutra de Andrade
- Gilberto Almeira de Oliveira
- Gilberto Soares dos Santos
- Luciano Serafim Lemos
- Oscar Duranti
- Luiz Eduardo Ribeiro