Fim da obrigatoriedade do simulador para CNH pode oferecer riscos, aponta especialista
Para diretora de ensino do CFC Weber, candidato em busca da primeira habilitação que faz aulas no equipamento vai para a rua com noções claras de direção e terá mais segurança para realizar as aulas práticas
As aulas em simulador para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação não são mais obrigatórias no Rio Grande do Sul. o Estado é o último no país a facultar as aulas. Nesta semana, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região derrubou a resolução 778/2019 do Conselho Nacional de Trânsito – Contran que previa a necessidade.
Micheli Schuster, diretora de ensino do CFC Weber, analisou a questão para o Portal Carazinho News. Para ela, o simulador é de extrema importância para quem inicia o processo para obtenção da CNH, uma vez que oferece noções do trânsito antes que o candidato ganhe as ruas. “É importante frisar a importância do equipamento para o candidato de primeira habilitação. Ele simula a prática de direção. O aluno que não tem nenhum conhecimento sai das cinco aulas com noções de como conduzir na rua, como usar pedais, como trocar marcha. É uma noção clara que dá segurança para ele e para a sociedade”, comentou.
Ela assinalou os riscos que podem surgir com o fim da obrigatoriedade. “O candidato vai para a rua sem saber dirigir nada e vai ter de aprender na rua, desde o básico. Desde a implementação do simulador, tivemos uma redução gigantesca dos riscos. Ele é importante para este tipo de candidato”, alegou.
Por outro lado, Micheli concorda que os anseios da sociedade precisam ser observados, como a reivindicação de uma CNH mais barata.
A diretora de ensino também falou sobre o fato do RS ser o único estado que ainda mantinha as aulas no simulador como obrigatórias. “É um Estado exemplo de organização em relação ao trânsito. Já fiz cursos em outros estados e é notório que aqui as coisas funcionam bem melhor. É importante frisar isso. Entendemos o cidadão, que tem este anseio para que o custo da habilitação e por isso a resolução foi derrubada”, sublinhou.
Micheli lembrou ainda, que as resoluções e obrigatoriedades não são criadas pelos CFC’s, mas pelo Conselho Nacional de Trânsito. “O Contran é quem decide como deve ser o processo de habilitação, quais as exigências, e as auto-escolas cumprem. Não é algo inventado. TUdo está na legislação de trânsito”, observou.
Os CFC’s ainda aguardam a nova determinação entrar em vigor. A Secretaria Nacional de Trânsito deverá divulgar a data em que isso passa a ser observado,. Enquanto isso, os candidatos que estão em processo de habilitação continuam fazendo as aulas normalmente.
Com a nova determinação, a redução no custo da CNH categoria B deve ser de cerca de R$ 400, e o custo médio no RS deve ser de R$ 2.314,16.