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Mais de 1,3 milhão de brasileiros podem ser afetados pela elevação do nível do mar até 2030, aponta estudo

Áreas ribeirinhas e praias podem avançar sobre grandes centros urbanos no Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Salvador. Assim como na enchente de maio, Porto Alegre também pode sofrer impactos

O aumento contínuo do nível do mar observado nos últimos 30 anos põe em risco regiões ribeirinhas e centros urbanos próximos de praias no Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, São Luís, Aracaju, João Pessoa, Natal e Maceió.

Estudo publicado pela Climate Central aponta que a elevação da água dos oceanos pode impactar a vida de aproximadamente 1,3 milhão de brasileiros que vivem nestas áreas até 2030, o que inclui porto-alegrenses, que podem ser afetados – novamente – com o aumento do nível do Guaíba na projeção, que entre maio e abril deste ano inundou a cidade.

Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apontam que o nível do mar aumentou nove centímetros nos últimos 30 anos. Com base neste número, a pesquisa projetou elevação de até 80 centímetros até 2100, o que representaria riscos severos de inundação a partir de 2030 nos municípios brasileiros.

A elevação do nível dos oceanos está ligada a diversos fatores, entre eles o fenômeno El Niño e a emissão de gases do efeito estufa que resultam no derretimento de geleiras e o aquecimento da água do mar, que se dilata e expande seu território com temperatura mais quente. Este conjunto representa riscos de alagamentos e inundações às áreas ribeirinhas e coloca cerca de 1,3 milhão de brasileiros em alerta.

Um mapa interativo desenvolvido pela Climate Central indica que diversas áreas da região das ilhas, pontos da Orla do Guaíba e na zona sul e região central de Porto Alegre ficarão submersas caso a elevação do nível do mar chegue a um metro – similar aos danos causados durante a enchente de maio. A ferramenta permite projetar as áreas impactadas de acordo com o índice de aumento da água dos oceanos.

Com este mesmo índice, o Rio de Janeiro poderia ter alagamentos em São Gonçalo, Itaboraí e na Baixada Fluminense. Aracaju, capital do Sergipe, seria uma das cidades brasileiras mais afetadas com inundação e alagamento na faixa costeira e trechos urbanos próximos do Rio Sergipe, projeta o estudo.

Os riscos se estendem a outros municípios, de diferentes Estados, conforme o nível que a água atingir. Até 2100 o panorama pode ser ainda pior. Caso se confirme a projeção da pesquisa, 2,1 milhões de brasileiros estarão em áreas com risco severo de inundação e alagamento, que ficarão submersas.

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

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