Ministro do Superior Tribunal de Justiça diz que autismo é “problema” e que clínicas são “passeio na floresta”
Antonio Saldanha fez esses comentários em palestra no Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Antonio Saldanha afirmou em um evento nesta sexta-feira (22), em São Paulo, que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um “problema” e que as clínicas especializadas de tratamento promovem “passeio na floresta” para crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa”, disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde.
A comparação da terapia com “passear na floresta” gerou polêmica entre os presentes.
Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro criticou também a Lei Romário.
“É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento]. E aí começaram a proliferar, que isso foi direcionado basicamente às pessoas com problema de cognição”, afirmou o ministro do STJ.
A lei citada pelo ministro instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde tenham o direito de solicitar a cobertura de alguns procedimentos que não estejam incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Saldanha disse, ainda, que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
(O Sul)
Foto: Lucas Pricken/STJ