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Polícia cumpre mandados em 20 cidades do RS contra esquema de defensivos agrícolas falsificados

Investigação aponta crimes de estelionato, furto, receptação e falsificação de insumos agrícolas, além de fraudes de documentos públicos. Em Passo Fundo, operação bateu nas residências de dois suspeitos, pai e filho, e no escritório de uma empresa

A Polícia Civil cumpriu 34 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Passo Fundo e outras 20 cidades do Rio Grande do Sul na manhã desta quinta-feira (4). A ação integra a Operação Saraquá, que investiga mais de 30 pessoas e duas empresas envolvidas em um esquema criminoso de comércio de defensivos agrícolas falsificados.

Há suspeita de crimes de estelionato, furto, receptação e falsificação de defensivos agrícolas, além de fraudes de documentos públicos. Além dos municípios gaúchos, a operação também cumpriu mandados em Mato Grosso do Sul e Goiás.

A operação foi deflagrada através da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato de Bagé, no sul do RS. A investigação identificou duas empresas que atuam no ramo de venda de defensivos agrícolas e fertilizantes em Porto Alegre, Passo Fundo e Taquari. As empresas são suspeitas de receptar produtos furtados e falsificar insumos agrícolas.

— Fizemos buscas em produtores que emitiram notas fiscais de venda para empresas que, a partir de furtos, dão entrada desses produtos ilegais e misturam os produtos com fertilizantes. Pela manhã, localizamos alguns produtos numa fábrica de fertilizantes, como defensivos, que misturam e vendem com os mesmos nomes de produtos, indicando a possível existência de princípio ativo irregular dentro deles — disse o delegado André Mendes.

A ação apreendeu fertilizantes e constatou que uma empresa operava irregularmente há cerca de um ano. Os produtos vão ser periciados para identificar os princípios utilizados.

Em Passo Fundo, os mandados foram cumpridos nas residências de dois suspeitos, pai e filho, e no escritório de uma empresa investigada. Foram apreendidos documentos e os suspeitos não foram localizados. Participaram da operação uma equipe de 30 agentes da Polícia Civil e representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Secretaria da Agricultura do Estado.

Investigação

O trabalho da Polícia Civil começou em abril de 2023, depois da identificação dos autores de dois furtos de defensivos agrícolas em Dom Pedrito. Na sequência, foram elucidados furtos em Santana do Livramento, Alegrete, Rosário do Sul e São Gabriel.

Conforme a investigação, as empresas suspeitas tentavam justificar seus estoques de produtos falsos ou furtados fraudando compras de defensivos agrícolas de pessoas que integram o esquema e possuem talão de produtor. As notas eram tiradas como se fossem vendas de produtores rurais para empresa, o que é ilegal.

A estimativa é de que as vendas desses defensivos superam 1,1 milhão de litros, o que leva a uma estimativa financeira superior a R$ 100 milhões.

Onde estão os alvos da operação 

No Rio Grande do Sul, os mandados de busca e apreensão da Operação Saraquá foram cumpridos nas seguintes cidades:

Porto Alegre
Passo Fundo
São Borja
São Pedro do Sul
Taquari
Santo Ângelo
Palmeira das Missões
Santa Bárbara do Sul
Salto do Jacuí
Boa Vista do Incra
Rio Pardo
Cruz Alta
Ibirubá
Boa Vista do Cadeado
Panambi
São Sepé
Agudo
Alegrete
Cachoeira do Sul
Santa Cruz do Sul

Em Goiás e no Mato Grosso do Sul, as cidades-alvo são:

Bandeirantes (MS)
Jataí (GO)

Fonte: GZH Foto: Polícia Civil / Divulgação

 

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