Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço abre portas para acolher mais de 600 pessoas no Rio Grande do Sul
O espaço receberá cerca de 630 pessoas de forma transitória, enquanto aguardam as casas definitivas anunciadas pelo governo federal.
A família de Édson Marins terá um novo espaço de moradia a partir de quinta-feira (04). Junto da filha, do genro e dos dois netos, ele será abrigado no Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas, na Região Metropolitana.
A iniciativa do governo do Estado, em conjunto com uma série de organizações parceiras, foi entregue na manhã de quinta-feira (04), pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador Gabriel Souza. O espaço receberá cerca de 630 pessoas de forma transitória, enquanto aguardam as casas definitivas anunciadas pelo governo federal.
Recomeço não é apenas o nome do local, mas também o sentimento de quem está se mudando para lá. Desempregado, Édson viu a residência de madeira da família, no bairro Mathias Velho, ceder por causa da força das águas. Desde maio, eles estão abrigados no campus da Universidade Luterana do Brasil, e agora terão um lar temporário.
“Nossa casinha caiu. Ficamos no abrigo e, neste momento, optamos por vir pra cá. É um lugar bom pra nós, e que muitas famílias também vão precisar”, disse, elogiando os espaços, especialmente as áreas dedicadas a crianças e a animais. “Os netinhos já foram lá brincar.”
A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.
Leite destacou o caráter temporário dos Centros Humanitários de Acolhimento, que consistem em uma solução entre os abrigos emergenciais e as moradias definitivas. “Queremos casas definitivas para essas pessoas, mas, até lá, é preciso garantir cuidado, carinho e atenção”, afirmou.
“Estamos buscando dar dignidade e estrutura para que essas pessoas estejam em melhores condições. Embora ainda não seja o ideal, é mais um passo. E vamos perseguir cada um dos passos seguintes até que tenhamos as casas definitivas para todos que precisam.”
“As pessoas estavam abrigadas, anteriormente, em espaços como galpões de Centros de Tradições Gaúchas, ginásios esportivos e salões paroquiais. Esses locais, embora viabilizados com muito esforço e solidariedade, não são adequados para continuar abrigando”, disse Leite.
“Estamos propiciando, agora, uma estrutura qualificada, bem-organizada e com equipes técnicas contratadas para dar suporte às famílias por um período, até que sejam construídas as casas definitivas.”
Responsável pelas ações de construção do centro, o vice-governador agradeceu aos parceiros que contribuíram com doações de equipamentos e serviços. “Dignidade é a palavra que nos moveu na construção do espaço em apenas 30 dias. Estruturas como esta costumam levar meses para ficarem prontas, mas, graças ao apoio de muitas mãos, estamos abrindo o centro com rapidez para receber famílias que dormiam em ginásios. Nosso objetivo é não ter mais nenhuma pessoa vivendo em lugares sem as devidas condições”, disse Gabriel.
Foto: OSul