A Nasa anunciou que julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado no planeta desde 1880, quando os dados climáticos começaram a ser documentados pela agência espacial dos Estados Unidos. Além disso, em média, as temperaturas no período foram 0,24°C mais altas do que em qualquer outro julho.
O trabalho é do Instituto de Estudos Espaciais Goddard (GISS na sigla em inglês) e foi divulgado na segunda-feira (14). O observatório europeu Copernicus já havia informado que julho de 2023 foi o mais quente já registrado no planeta.
— Os dados da Nasa confirmam o que bilhões de pessoas ao redor do mundo sentiram literalmente: as temperaturas em julho de 2023 fizeram dele o mês mais quente já registrado — disse Bill Nelson, administrador da Nasa.
Os cientistas também informaram que os cinco meses de julho mais quentes desde 1880 ocorreram entre 2019 e 2023. Partes da América do Sul, norte da África, América do Norte e Antártica tiveram temperaturas em torno de 4°C acima da média.
Os pesquisadores dizem que a quebra de recorde continua uma tendência de aquecimento “impulsionada pelo ser humano”, principalmente por emissões de gases de efeito estufa, algo que se tornou “evidente ao longo das últimas quatro décadas”.
— A mudança climática está afetando pessoas e ecossistemas ao redor do mundo, e esperamos que muitos desses impactos aumentem com o aquecimento contínuo — afirmou Katherine Calvin, cientista-chefe e assessora climática sênior na sede da Nasa em Washington.
Como os dados são captados
A Nasa diz que obtém as informações a partir de dados da condição do ar de milhares de estações meteorológicas de todo o mundo e da temperatura da superfície do mar por meio de instrumentos em navios e boias. A partir disso, os materiais são analisados com métodos que consideram o espaçamento variado das estações de temperatura ao redor do globo e os efeitos do aquecimento urbano que podem distorcer os cálculos.
A análise da Nasa mostra temperaturas oceânicas quentes no Oceano Pacífico, o que, segundo a agência, é evidência de que o El Niño começou a se desenvolver em maio. Os pesquisadores afirmam que esse tipo de fenômeno pode contribuir com “uma pequena quantidade” de variabilidade ano a ano nas temperaturas globais. No entanto, essa influência geralmente não é sentida quando o El Niño começa a se desenvolver no verão do Hemisfério Norte. A Nasa, por fim, disse esperar impactos mais relevantes do fenômeno na temperatura global em fevereiro, março e abril de 2024.