Falso grupo de investimentos lesou centenas de pessoas no RS, SC e SP com promessa de ‘altos retornos financeiros’, diz polícia
Os mandados se concentram na cidade de Santo Antônio das Missões, no Norte do estado, onde o grupo criminoso centralizou as suas atividades por alguns meses.
A Polícia Civil cumpre, na manhã desta quarta-feira (12), 79 ordens judiciais em três estados do Brasil contra um falso grupo de investimentos suspeito de ter lesado centenas de vítimas com a promessa de altos retornos financeiros (saiba mais abaixo). Pelo menos 11 suspeitos de integrar o grupo criminoso já foram identificados. A operação está em andamento. A polícia divulgou que, até agora, foram presas oito pessoas. Houve a apreensão de dinheiro, documentos e carros de luxo.
De acordo com o delegado Heleno dos Santos, titular da delegacia de polícia de São Luiz Gonzaga e responsável pela investigação, são cumpridos 11 mandados de prisão temporária; 21 mandados de busca e apreensão residencial; 19 mandados de busca e apreensão de veículos; bloqueio em contas bancárias de 11 pessoas físicas e três pessoas jurídicas; além do bloqueio de imóveis de 11 pessoas físicas e três pessoas jurídicas.
Em Santa Catarina, local onde a maior parte do grupo criminoso reside, a política cumpre mandados nas cidades de Tijucas, Porto Belo, Balneário Camboriú, São Lourenço do Oeste e Itapema.
No Rio Grande do Sul, os mandados se concentram na cidade de Santo Antônio das Missões, no Norte do estado, onde o grupo criminoso centralizou as suas atividades por alguns meses.
Ainda há mandados sendo executados em três endereços na cidade de São Paulo, onde um dos integrantes do grupo criminoso reside, de acordo com a Polícia Civil.
Entenda o golpe
Segundo o delegado Santos, vítimas dos estelionatários procuraram a Polícia Civil reclamando de uma empresa que prometia investimentos no mercado de ações com a promessa de ganhos altos.
“As vítimas foram atraídas a integrarem grupos virtuais de ‘investimentos financeiros’ muito lucrativos, geridos a partir de uma duvidosa plataforma digital de investimentos online denominada ‘gênesis.net’, nome ‘copiado’, em parte, de uma empresa do ramo financeiro denominada ‘Gênesis Investimentos’, que não tem relação nenhuma com a investigação, sendo uma empresa regular no ramo de investimentos”, explica o delegado Santos.
A vítima do golpe era incentivada a instalar o aplicativo “genesis.net” no seu telefone celular, cadastrando, em seguida, os seus dados pessoais. Depois, recebia um link para entrar em grupos de WhatsApp onde recebia orientações de como investir e era pressionada a fazer aplicações rapidamente assim que os falsos consultores recebiam “informações privilegiadas” de momentos ideais, e geralmente curtos, para “investimentos altamente rentáveis”.
O dinheiro que seria destinado para investimentos caia em contas de criminosos, principalmente no exterior. Os bandidos faziam com que as transações parecessem ser feitas por meio de sites e aplicativos seguros. Há suspeita de que eles criaram pelo menos três empresas de fachada para o desvio do dinheiro obtido das vítimas.
Os suspeitos de envolvimento nos golpes foram identificados após ostentarem seus ganhos em perfis de redes sociais. Era por meio delas que eles convenciam outras pessoas a “investir” no esquema fraudulento.
“Muitas vezes os golpistas ainda alugaram luxuosas salas comerciais e de reuniões, simulando reuniões de trabalho, de modo a conferir maior credibilidade ao golpe”, conta o delegado Silva.