Carazinhense considerado um dos últimos tropeiros é homenageado em Cruz Alta
João Hugo da Silva tem 97 anos e quando moço fez muitas viagens levando nulas a São Paulo
O gado que havia sido criado nas missões jesuíticas, após ter sido abandonado, procriou livremente nos pastos, formando grande rebanhos xucros.
Com o passar do tempo, esses rebanhos começaram a despertar a atenção de paulistas, que viajavam atéo Rio Grande do Sul para abater os animais, dos quais aproveitavam apenas o couro e o sebo.
Nesta época iniciou-se a mineiração no centro do país e o gado sulino foi aproveitado como alimento (carne e leite) e como meio de transporte (animal de carga). Surgiu então a figura do tropeiro, que reunia e transportava o gado gaúcho para São Paulo e Minas Gerais.
Em Carazinho, com 97 anos, ainda vive um tropeiro. Considerado um dia últimos profissionais do ramo do Rio Grande do Sul e o último da região, João Hugo da Silva fez inúmeras viagens levando rebanhos gaúchos ao centro do país.
Nesta quinta-feira (10), ele foi homenagedo durante o SENATRO – XV Seminário Nacional de Tropeirismo, XII Encontro de Tropeirismo do CONESUL, que ocorre em Cruz Alta. Os escritores carazinhenses que pesquisam a história gaúcha e regional, Adari Francisco Ecker e Fátima Dorneles, participam do evento e prestigiaram o carazinhense.
O evento
O SENATROR é realizado bienalmente desde 1992, e se caracteriza pela continuidade e profundidade de seus estudos.
Originalmente promovido na cidade de Bom Jesus, o Senatro envolve, hoje em dia, representantes da maioria das regiões brasileiras e de países vizinhos, a exemplo do Chile, Argentina e Uruguai.
Seu objetivo é contextualizar os estudos culturais do tropeirismo na História do Rio Grande do Sul, do Brasil e do porção sul do continente, integrando-os aos estudos já existentes, bem como promover novas discussões sobre o tema, visando o aproveitamento do potencial turístico desse fenômeno socioeconômico e cultural.
No universo do público alvo estão professores e alunos de cursos do Magistério, graduação em História, Geografia, Letras, Turismo, arquitetos, historiadores, turismólogos, antropólogos, geógrafos, folcloristas, filólogos, sociólogos, arqueólogos, trabalhadores de museus e arquivos, institutos históricos e geográficos, pesquisadores, estudiosos interessados no tema, profissionais da imprensa e empreendedores de turismo, hotelaria e cultura.
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